A Taxa Selic é a taxa de juros média praticada nas operações compromissadas com títulos públicos federais com prazo de um dia útil. Ela influencia outras taxas de juros no país, como as de empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras.
Mas o que significa “Selic”? A sigla vem do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, uma infraestrutura do mercado financeiro administrada pelo Banco Central (BC). Nesse sistema, são depositados e transacionados títulos públicos federais.
Qual a importância da Taxa Selic?
A definição da Taxa Selic é o principal instrumento de política monetária utilizado pelo BC para controlar a inflação. O BC realiza operações no mercado de títulos públicos para que a taxa Selic efetiva esteja em linha com a meta da taxa Selic, que é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC.
A Taxa Selic impacta diretamente a economia e o seu bolso. Quando o BC aumenta a Selic, os juros ficam mais altos, o que desestimula o consumo e reduz a inflação. Por outro lado, quando a Selic cai, os juros diminuem, estimulando o crédito e o investimento. Ou seja, a Selic é uma ferramenta poderosa para controlar a economia e manter a inflação sob controle.
Quem determina a Selic?
A taxa é determinada pelo Copom, um órgão do Banco Central que desempenha um papel crucial na economia brasileira. O comitê funciona basicamente da seguinte maneira:
· Reuniões e decisões: a cada 45 dias, o Copom se reúne para avaliar o cenário econômico e decidir sobre a Selic. As reuniões ocorrem em dois dias seguidos e envolvem apresentações técnicas sobre a economia brasileira e mundial. Os membros votam, e a decisão é divulgada no mesmo dia.
· Análise de informações: o Copom utiliza um amplo conjunto de informações para embasar sua decisão. Isso inclui dados sobre inflação, atividade econômica, câmbio, entre outros.
· Comunicação transparente: o BC deve prestar contas de suas conclusões e decisões por meio de comunicados, atas e do Relatório de Inflação. O Copom busca manter a inflação alinhada com a meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CNM).
Qual o cenário para 2024?
A meta de inflação para 2024 foi definida pelo CMN em 3%, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Isso significa que a inflação será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%. Essa meta tem um impacto direto na Taxa Selic.
Nos últimos meses, a Selic – que atingiu 12,25% em novembro de 2023 – vem registrando baixa. Em janeiro de 2024, a taxa fixada foi de 11,25 %, e em março caiu para 10,75%.
A taxa Selic atual é de 10,50% ao ano, conforme definido na reunião do Copom em junho de 2024. As projeções para o futuro têm variado, sempre com tendência de baixa, mas estimativas recentes apontam 9,50% para o fim de 2024 e 9,00% para 2025.
Como as mudanças na Selic afetam suas finanças?
Como podemos ver até aqui, a Taxa Selic exerce um impacto significativo nos investimentos e na economia. Vamos explorar como ela afeta diferentes aspectos:
· Renda Fixa: investimentos como Tesouro Direto, CDB, LCI e LCA têm sua rentabilidade afetada pela Selic. Quando a taxa sobe, esses títulos tendem a render mais. Por outro lado, quando a Selic cai, os rendimentos diminuem.
· Mercado financeiro: a Selic influencia a rentabilidade dos títulos indexados a ela. Quando o Banco Central altera a meta da Selic, os custos de captação das instituições financeiras também mudam. Isso impacta diretamente o mercado.
· Endividamento e consumo: a Selic é uma ferramenta para controlar a inflação. Quando ela aumenta, o crédito fica mais caro, desestimulando o consumo. Em momentos de desaceleração econômica, a taxa pode ser reduzida para facilitar o acesso ao crédito e impulsionar os investimentos.
Quais são as alternativas em momentos de alta da Selic?
Em momentos de alta da Taxa Selic, é importante considerar alternativas de investimento que se adequem ao novo cenário. Aqui estão algumas opções:
Títulos de Renda Fixa:
· Tesouro Selic: esse título público tem sua rentabilidade atrelada à taxa Selic.
· Tesouro IPCA: também é um título público, com rentabilidade vinculada à inflação.
· Certificado de Depósito Bancário (CDB): oferecido por bancos, com diferentes prazos e taxas.
· Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA): isentos de Imposto de Renda e ligados ao setor imobiliário e agronegócio.
Renda Variável:
· Ações: setores como varejo e serviços podem surpreender, especialmente com o mercado de trabalho aquecido e renda familiar se nivelando. Lembre-se de que ações trazem riscos e são mais indicadas para investidores arrojados.
· Fundos Imobiliários: investir em imóveis por meio de fundos pode ser uma alternativa interessante
Ativos Relacionados ao IPCA:
· Títulos que acompanham a inflação, como os atrelados ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), oferecem previsibilidade e diversificação no portfólio.
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